segunda-feira, 1 de março de 2010

o "custo democracia"

reportagem do jornal Folha de S. Paulo de hoje afirma que o Poder Legislativo do Distrito Federal é o mais caro do Brasil: em 2010, cada deputado distrital custará o equivalente a 14,7 milhões de reais.

é impossível não se questionar qual é o retorno desse investimento astronômico. a Câmara Legislativa, a "casa do povo", onde o povo se apresenta não raro em busca de empregos, lotes, material de construção e outras benesses que acredita valer o seu voto, é notória por ser palco de debates inócuos para a Capital, como a antiga proposta de cercar as quadras do Plano Piloto e as recentes manobras para desenhar um Plano Diretor do Ordenamento Territorial ao gosto das empreiteiras - empreiteiras que construíram a cidade e que hoje a destroem -, empreiteiras que, sem as amarras que só o poder público tem condições de impor, adorariam transformar todo o DF em algo parecido a Águas Claras, um amontoado de edifícios altíssimos de apartamentos, sem qualquer responsabilidade pelo planejamento do espaço público e com um profundo compromisso com o enriquecimento das elites econômicas que fomentam a corrupção no governo do DF.

voltando à carga, a Câmara Legislativa do Distrito Federal custará aos cofres públicos 354,5 milhões de reais em 2010. qual o retorno desse investimento? é válido gastar tanto dinheiro para manter uma casa corrupta e ineficiente? é esse o custo da democracia, é esse o preço que pagamos pelo mero direito - capricho - de votar? se assim for, melhor para a democracia é que se feche a Câmara Legislativa e que o governador do DF volte a ser indicado pelo Presidênte da República.


na foto: o deputado distrital Leonardo Prudente (DEM), ex-Presidente da Câmara Legislativa do DF, flagrado em gravações da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, escondendo dinheiro de propina nas meias. Prudente renunciou ao cargo para não ser cassado.

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