quarta-feira, 21 de novembro de 2007

isto não é um cachimbo. e ponto final.

Magritte foi um dos primeiros seres da espécie homo sapiens sapiens a se dar conta de que as aparências enganam. isto já no Anno da Graça do Nosso Senhor de 1928, o que para a espécie como um todo significou um considerável avanço. o pintor almejava, com tal revelação, provocar a inconformidade e a revolta dos indivíduos contra a manipulação da realidade e a condensação da massa popular dentro de um conceito de real que não condiz com o mundo à sua volta, e sim com os interesses das camadas dominantes e criadoras desta realidade.

curiosamente, Magritte não foi torturado e morto, nem pelos algozes da Santa Inquisição, nem por agentes de nenhum regime ditatorial/fascista. estudiosos acreditam que isto se deve porque a mensagem do pintor não foi de fato compreendida, à época. se a revolução psico-social almejada por Magritte não aconteceu, por outro lado sua vida não foi ameaçada, o que permitiu a ele a produção de mais outras tantas telas contestatórias.


imagem: La trahison des images (1928-29), René Magritte.

Nenhum comentário: